sábado, 18 de abril de 2009



DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL
VIVA!!!

"MONTEIRO LOBATO".


Grande mestre da Literatura Infantil.




Eu só tenho a dizer muito obrigada Lobato! pela riqueza da minha infância.
Somos eternas crianças crescidas embaladas pelas suas lindas e emocionantes histórias.


E o que dizer do SÍTIO DO PICAPAU AMARELO? quem é que não lembra? só quem não viu...Sinto orgulho de ter sido parte dessa geração sítio.

No final da tarde, Saíamos da escola e a correria era tamanha assim também a nossa alegria: Obáaa! o Sítio vai começar! Saudade.


sexta-feira, 17 de abril de 2009










A Mesma Medida

Em uma conhecida passagem evangélica, Jesus afirma que cada um será medido com a medida que aplicar aos outros.
Tem-se aí um princípio de justiça, já revelado no comando de amar ao próximo como a si mesmo.
Pelo mandamento do amor, surge o dever de tratar o semelhante como se gostaria de ser tratado, se estivesse em seu lugar.
A idéia básica é uma igualdade essencial entre todos os homens.
Embora diferentes pelas posições que ocupam na vida em sociedade, nenhum possui essência apartada da dos demais.
Evidentemente, há criaturas mais adiantadas, cuja bondade e sabedoria causam admiração.
Entretanto, na origem e no fim todos se aproximam.
Saídos da mais absoluta simplicidade chegarão à plenitude das virtudes angélicas.
Enquanto percorrem a longa jornada, devem se auxiliar mutuamente.
A lição cristã cinge-se basicamente à fraternidade.
É possível sofisticar o pensamento e encontrar nuanças preciosas nos ensinamentos do Cristo.
Mas é preciso cuidado para não esquecer o básico, nessa busca de detalhes, por valiosos que sejam.
O essencial reside em aprender a olhar o próximo como um semelhante, um irmão de caminhada.
Se ele se apresenta vicioso e de convívio pouco atrativo, nem por isso deixa de ser uma preciosa criatura de Deus.
Justamente perante os equivocados do mundo, convém refletir sobre a igualdade da medida.
À parte os Espíritos puros, que já percorreram todos os degraus da escala da evolução, os demais cometem erros.
Mesmo homens bem intencionados por vezes erram.
Não se trata de uma tragédia, na medida em que a vida propicia meios de reparar os estragos e seguir em frente.
Uma visão estreita da Divindade pode levar à concepção de que Ela sempre está a postos para punir suas criaturas.
Entretanto, não é assim.
As Leis Divinas encontram-se escritas na consciência de cada Espírito.
Elas visam à educação e à evolução dos seres, não a sua punição.
O rebote do desconforto que a violação da lei provoca destina-se a incentivar a retomada do caminho correto.
É possível ignorar os protestos da própria consciência um tempo, mas não indefinidamente.
Sempre surge o momento em que ela fala alto e atrai as experiências retificadoras do mal cometido.
Ocorre que o mesmo homem que encontra desculpas para seus equívocos, por vezes, é severo crítico do semelhante.
Ao assim agir, molda em seu íntimo um juiz implacável.
Quando chegar a sua hora de prestar contas dos próprios atos à eterna justiça, as medidas desse juiz severo é que lhe serão aplicadas.
Ciente disso, convém treinar um olhar indulgente para as falhas alheias.
Não se trata de tentar burlar a incidência da justiça divina, sempre perfeita.
Mas de não valorizar em excesso a sombra e a dor e de compreender a falibilidade natural do ser humano.
Pense nisso!!!
Redação do Momento Esp.
Em 16.04.2009.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Da Dádiva - Khalil Gibran








Então um homem opulento disse: “Fala-nos da dádiva.”
E ele respondeu:
“Vós pouco dais quando dais de vossas posses.
É quando dais de vós próprios que realmente dais.
Pois, o que são vossas posses senão coisas que guardais por medo de precisardes delas amanhã?
E amanhã, que trará o amanhã ao cão ultraprudente que enterra ossos na areia movediça enquanto segue os peregrinos para a cidade santa?
E o que é o medo da necessidade senão a própria necessidade?
Não é vosso medo da sede, quando vosso poço está cheio, a sede insaciável?
Há os que dão pouco do muito que possuem, e fazem-no para serem elogiados, e seu desejo secreto desvaloriza suas dádivas.
E há os que têm pouco e dão-no integralmente.
Esses confiam na vida e na generosidade da vida, e seus cofres nunca se esvaziam.
E há os que dão com alegria, e essa alegria é já a sua recompensa.
E há os que dão com pena, e essa pena é o seu batismo.
E há os que dão sem sentir pena nem buscar alegria nem pensar na virtude:
Dão como, no vale, o mirto espalha sua fragrância no espaço.
Pelas mãos de tais pessoas, Deus fala; e através de seus olhos Ele sorri para o mundo.
É belo dar quando solicitado; é mais belo, porém, dar sem ser solicitado, por haver apenas compreendido;
E para os generosos, procurar quem recebe é uma alegria maior ainda que a de dar.
E existe alguma coisa que possais guardar?
Tudo o que possuís será um dia dado.
Dai agora, portanto, para que a época da dádiva seja vossa e não de vossos herdeiros.
Dizeis muitas vezes: “Eu daria, mas somente a quem merece”.
As árvores de vossos pomares não falam assim, nem os rebanhos de vossos pastos.
Dão para continuar a viver, pois reter é perecer.
Certamente, quem é digno de receber seus dias e suas noites é digno de receber de vós tudo o mais.
E quem mereceu beber do oceano da vida, merece encher sua taça em vosso pequeno córrego.
E que mérito maior haverá do que aquele que reside na coragem e na confiança, mais ainda, na caridade de receber?
E quem sois vós para que os homens devam expor o seu íntimo e desnudar seu orgulho a fim de que possais ver seu mérito despido e seu amor-próprio rebaixado?
Procurai ver, primeiro, se mereceis ser doadores e instrumentos do dom.
Pois, na verdade, é a vida que dá à vida, enquanto vós, que vos julgais doadores, são meras testemunhas.
E vós que recebeis – e vós todos recebeis – não assumais encargo de gratidão a fim de não pordes um jugo sobre vós e vossos benfeitores.
Antes, erguei-vos, junto com eles, sobre asas feitas de suas dádivas;
Pois se ficardes demasiadamente preocupados com vossas dívidas, estareis duvidando da generosidade daquele que tem a terra liberal por mãe e Deus por pai.”

domingo, 5 de abril de 2009



Era uma vez uma menina que tinha como seu melhor amigo, um Pássaro Encantado. Ele era encantado por duas razões:
Primeiro porque ele não vivia em gaiolas. Vivia solto. Vinha quando queria. Vinha porque amava.
Segundo, porque sempre que voltava suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado.
Certa vez voltou com penas imaculadamente brancas, e ele contou estórias de montanhas cobertas de neve. Outra vez suas penas estavam vermelhas, e ele contou estórias de desertos incendiados pelo sol. Era grande a felicidade quando estavam juntos. Mas sempre chegava o momento quando o pássaro dizia: "Tenho de partir."
A menina chorava e implorava: "Por favor não vá fico tão triste. Terei saudades e vou chorar..."
"Eu também terei saudades", dizia o pássaro. "Eu também vou chorar. Mas vou lhe contar um segredo: eu só sou encantado por causa da saudade que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. E eu deixarei de ser o Pássaro Encantado e você deixará de me amar."
E partia. A menina sozinha, chorava. E foi numa noite de saudade que ela teve a idéia: "Se o Pássaro não puder partir, ele ficará. Se ele ficar, seremos felizes para sempre. E para ele não partir basta que eu o prenda numa gaiola."
Assim aconteceu. A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda.
Quando o pássaro voltou eles se abraçaram, ele contou estórias e adormeceu.
A menina, aproveitando-se do seu sono, o engaiolou. Quando o pássaro acordou ele deu um grito de dor.
"Ah! Menina...que é isso que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias. Sem a saudade o amor irá embora..."
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por acostumar.
Mas não foi isso que aconteceu. Caíram suas plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar. Também a menina se entristeceu.
Não era aquele o pássaro que ela amava. E de noite chorava pensando naquilo que havia feito com seu amigo...
Até que não mais aguentou. Abriu a porta da gaiola. "Pode ir, Pássaro", ela disse." Volte quando você quiser..."
"Obrigado, menina", disse o Pássaro. "Irei e voltarei quando ficar encantado de novo. E você sabe: ficarei encantado de novo, quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você!

Rubem Alves.